Por Karoline Salles
Rio de Janeiro – Quando fevereiro chega, o coração do Brasil bate mais forte ao som da bateria. No Sambódromo da Marquês de Sapucaí, o palco de um dos espetáculos mais grandiosos do planeta, a magia do Carnaval carioca se materializa em um desfile de cores, brilho e emoção.
Mais do que uma simples festa, o desfile das escolas de samba é um verdadeiro ritual cultural que exalta a identidade brasileira. Durante meses, milhares de pessoas se dedicam à construção desse momento único: carnavalescos, mestres-salas e porta-bandeiras, passistas, ritmistas, artistas e anônimos que vivem intensamente o sonho de atravessar a avenida sob os olhares atentos do mundo.
O Sambódromo, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1984, não é apenas uma passarela; é o templo do samba, onde o luxo e a criatividade se encontram. Os carros alegóricos imponentes, as fantasias ricamente adornadas e os enredos que contam histórias comoventes transformam a avenida em um livro vivo, onde cada escola de samba escreve seu capítulo com paixão e grandiosidade.
Mas por trás do brilho das plumas e do som vibrante dos tamborins, há uma engrenagem complexa que movimenta não só o espírito do Carnaval, mas também a economia e o turismo do Rio de Janeiro. O evento atrai visitantes do mundo inteiro, que se encantam com a energia única dessa manifestação popular. Hotéis lotados, bares e restaurantes pulsando, comércio aquecido — o Carnaval gera empregos e sustenta a cultura do samba durante todo o ano.
A preparação para os desfiles começa muito antes da Quarta-Feira de Cinzas. Cada escola trabalha incansavelmente na escolha do enredo, na confecção das fantasias, na montagem dos carros alegóricos e nos ensaios, tudo para que, nos poucos minutos em que cruzam a avenida, possam levar o público ao êxtase. E é nesse momento que o espetáculo se revela: a Sapucaí se transforma em um cenário de sonhos, onde cada detalhe foi planejado para emocionar.
Mais do que uma competição, o desfile das escolas de samba é a celebração de um povo que encontra no ritmo e na poesia do samba uma forma de resistência e orgulho. Uma festa que transcende o tempo e a geografia, mantendo viva a essência de um Brasil que canta e dança sua própria história.
Porque, no Carnaval carioca, a emoção não se explica — se sente, se vive, se eterniza.
